O PONTO MAIS ORIENTAL DAS AMÉRICAS PEDE SOCORRO
Ano após ano a erosão, as ações antrópicas com construções que afetaram toda a estrutura da falésia do Cabo Branco tem custado caro aos paraibanos que aos poucos mais com grande rapidez tem presenciado a beleza da ponta do cabo branco virar pó literalmente. Atrelado ao avanço do mar que vem tomando o que na verdade lhe pertencia e a ação devastadora e ambiciosa dos homens, a Barreira do Cabo Branco que era admirada por praticantes de caminhadas hoje se tornou um ponto de risco onde ninguém mais passa por medo de ser soterrado pelos destroços. A natureza clama por ações mais do que imediatas tanto por parte dos poderes públicos quanto por parte da população no que se refere a conscientização de seus atos em prol da preservação da natureza. Nos anos 80,a administração municipal apresentou um projeto foi elaborado para a contenção da erosão da barreira do Cabo Branco e uma das ações previa o plantio de capim sândalo e capim búfalo em toda a extensão da barreira como forma de dar sustentação e a partir dai ir implantando aos poucos a vegetação nativa. No entanto outras administrações vieram e o projeto foi engavetado. Por falta de uma política pública de responsabilidade que dê continuidade aos projetos iniciados assim como esse diversos outros foram perdidos no tempo e hoje nós meros mortais e cidadãos pessoenses corremos um enorme risco de perder um marco único o Ponto mais Oriental das Américas. Muitas pessoas ainda lembram que os carros de passeio e até os ônibus do Cabo Branco e Penha circulavam livremente por cima da barreira, nos anos 80 os ônibus foram proibidos de trafegar na área, sendo o acesso liberado apenas para carros de passeio. Nos anos 90 veio então o fechamento completo da área. Já nos anos 2000, numa medida altamente contraditória foi construída bem próximo ao local a monumental obra projetada por Oscar Niemeyer, ”a Estação Ciência”, que sem dúvidas trouxe uma valorização à área, porém os impactos causados com a devastação da mata nativa do bosque dos sonhos e o trabalho das máquinas que agrediram toda a estrutura da barreira causaram grandes prejuízos ao meio ambiente visíveis a todos. Hoje os refletores estão voltados para a Estação Ciência, no entanto não podemos esquecer o que está por trás, ou melhor, na frente, escondido por trás das poucas arvores que restaram e de frente ao Farol do Cabo Branco a nossa indefesa barreira que está ruindo e levando consigo uma bela história.
Imagens: www.flickr.com/photos/juliaoagroecologia/sets/72157627440012255/show/
Ana Neves Jornalista