Pesquisadores divulgaram, nesta terça-feira (15), os resultados da mais nova versão do Índice de Saúde do Oceano (OHI, na sigla em inglês). O índice, calculado pela primeira vez em 2012, é resultado de uma parceria de dezenas de cientistas que desenvolveram uma metodologia para medir a qualidade dos oceanos em escala global.
Este ano, o Brasil atingiu uma pontuação de 66, de um total de 100 pontos. O resultado está um ponto acima da média global de saúde dos oceanos, que é de 65. Foi avaliado um total de 221 zonas econômicas exclusivas (ZEE), que correspondem aos territórios oceânicos que banham determinado país, ilha ou território.
Dessa forma, o mesmo país pode ser classificado com mais de um Índice de Saúde do Oceano, caso contenha ilhas ou regiões separadas do território principal. Por exemplo: os Estados Unidos recebem uma pontuação geral (de 67, este ano) e também uma pontuação específica para ilhas como Jarvis (70), Wake (65) entre outras que fazem parte do estado americano.
O índice leva em conta 10 quesitos de avaliação. Cada um recebe uma pontuação que vai até 100. São eles: oportunidades de pesca artesanal; biodiversidade; economia e subsistência costeira; águas limpas; armazenamento de carbono; proteção costeira; identidade local; turismo e recreação; produtos naturais e provisão de armazenamento.
O Brasil ficou na 87ª posição entre todas as ZEE avaliadas. Os quesitos em que o país foi mais bem avaliado foram oportunidades de pesca artesanal (com 99 pontos) – parâmetro definido pela possibilidade de indivíduos praticarem a pesca como atividade de subsistência – e armazenamento de carbono (92 pontos) – que corresponde à capacidade do território de preservar as vegetações costeiras, como os manguezais, as restingas e as algas.
Os quesitos em que o país teve as pontuações mais baixas foram provisão de alimentos (24 pontos) – índice que mede a capacidade de exploração da pesca e da maricultura – e produtos naturais (15 pontos) – referente à capacidade de exportação de produtos como peixes ornamentais, óleo de peixe, algas, conchas, esponjas e produtos de coral.Mundialmente, esses dois quesitos também tiveram médias baixas, ainda que mais altas que o Brasil (33 pontos em provisão de alimentos e 31 pontos em produtos naturais).
Para o diretor executivo da Conservação Internacional André Guimarães, a pontuação do Brasil, em torno da média, “indica que existe muito espaço para um gerenciamento mais eficaz dos oceanos, visando a sustentabilidade dos recursos e garantindo o bem estar dos seres humanos”.
As zonas mais bem colocadas no índice foram as Ilhas Heard e McDonald, região deserta que faz parte da Austrália (94 pontos), a Ilha Saba, que fica no Caribe e faz parte da Holanda (90 pontos) e as Ilhas Howland e Baker, que fica no Pacífico e faz parte dos Estados Unidos (88).
Fonte: Globo.com